25 de setembro de 2010

Adoçantes, o que você deve saber...


Tipos, vantagens, desvantagens e os possíveis riscos dos adoçantes para saúde.

Adoçantes são produtos constituídos a partir de uma substância chamada edulcorante, que tem capacidade de adoçamento maior do que o açúcar tradicional ou sacarose. Por esta razão é possível utilizar quantidade mínimas do adoçante.

Antes usados por pessoas com necessidades específicas, como os diabéticos, há muito passaram a ser usados também por quem quer perder ou controlar o peso. Porém, várias pesquisas já colocaram em dúvida a eficácia de diversos tipos de adoçantes tanto no processo de emagrecimento quanto na saúde em geral de quem os utiliza.

Os adoçantes dividem-se em grupos de baixa ou nenhuma caloria (ou não-nutritivos) e geralmente artificiais, e de calóricos (ou nutritivos) e naturais.

Tipos de adoçantes de baixa ou nenhuma caloria

Acessulfame-K

Foi descoberto em 1967 e é um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético. Seu sabor residual se assemelha ao da glicose. É considerado totalmente seguro, e resiste ao tempo e a altas temperaturas. Por isso é usado, entre outras coisas, em receitas de alimentos que precisam ir ao fogo, como pães e bolos. Tem o poder adoçante entre 180 e 200 vezes maior do que o açúcar e é permitido para diabéticos, mas contra indicado para pessoas com deficiências renais que precisam reduzir a ingestão de potássio. Não contribui para a formação de cáries. Apesar de absorvido, não é metabolizado pelo organismo, logo é eliminado tal como é ingerido.

Aspartame

É uma exceção à regra. Apesar de calórico (4 kcal por grama), na dosagem recomendada tem valor energético desprezível por causa do seu poder adoçante (que é 200 vezes maior do que o do açúcar comum). Logo, pode ser usado por diabéticos. Foi descoberto em 1965 e é uma combinação de fenilalanina e ácido aspártico. O sabor é bem semelhante ao do açúcar, e não deixa residual amargo. Mas é contra indicado o uso por gestantes, lactentes e fenilcetonúricos (pessoas cujo organismo não consegue metabolizar a fenilalanina). Também não deve ser utilizado em alimentos quentes, pois perde o poder de adoçar e pode formar substâncias tóxicas.

Ciclamato

É 30 vezes mais doce do que a sacarose e possui sabor semelhante, apesar de deixar leve residual amargo. Foi descoberto em 1940, a partir de um derivado do petróleo, o ácido ciclo hexano sulfâmico. Já esteve relacionado ao câncer, mas hoje em dia é liberado em mais de 50 países. Geralmente é combinado com outros adoçantes de baixa caloria para reduzir o valor calórico de alimentos e bebidas populares, para assim diminuir a quantidade necessária de adoçante e acentuar o sabor doce. É contra indicado para hipertensos e pessoas com problemas renais.

Sacarina

Possui muitas semelhanças com o ciclamato: é um adoçante popular, também composto por um derivado do petróleo (ácido sulfanoilbenzóico), não é recomendado para hipertensos e é estável a altas temperaturas. Por deixar um residual além de amargo, também metálico, geralmente é combinado a ele. Seu poder adoçante é entre 200 e 700 vezes maior do que o açúcar, e é utilizado em muitos produtos. Houve um tempo em que vinha com um rótulo informando seus riscos cancerígenos, mas hoje em dia já é permitido por mais de 100 países.

Sucralose

É altamente resistente a altas temperaturas. É constituído a partir de uma molécula modificada da sacarose, por isso possui estrutura semelhante à dela, e pode ser até 600 vezes mais doce. É seguro, não apresentando efeitos tóxicos, neurológicos, reprodutivos ou carcinogênicos. Como não é absorvido pelo organismo, não afeta os níveis de glicose. Logo, pode ser consumido com segurança por pessoas com diabetes. É um edulcorante um pouco mais caro do que os outros.

Tipos de adoçantes calóricos

Frutose

É encontrado principalmente nas frutas, mas pode ser extraído também em alguns cereais, vegetais e no mel. Contra indicado para quem apresenta excesso de triglicerídeos. Adoça cerca de 170 vezes mais do que o açúcar comum e possui sabor semelhante, mas um pouco mais doce. Não deve ir ao fogo porque, apesar de não perder o poder adoçante, derrete. Causa cáries.

Lactose

É extraído do leite, por isso é contra indicado para quem possui alergia ao leite ou seus derivados. É utilizado para reduzir a potencialização de outros adoçantes. Pode apresentar efeito laxativo e perde o poder de adoçar quando vai ao fogo. É 0,15 vezes mais doce do que a sacarose, e possui sabor semelhante.

Maltodextrina

É um carboidrato de absorção gradativa, constituído a partir do amido de milho, e é contra indicado para diabéticos por conter dextrose, glicose e vários açúcares. Perde o poder adoçante em temperatura alta. Se misturado com outros edulcorantes, encorpa a receita. É cerca de 1,5 vezes mais doce do que a sacarose.

Manitol

É encontrado em algas e vegetais e possui efeito laxativo se consumido em excesso. É obtido a partir da redução da frutose. Não favorece o aparecimento de cáries. É estável a altas temperaturas e utilizado somente industrialmente, na produção de alimentos (geralmente associado ao sorbitol). Pode ser consumido por diabéticos.

Sorbitol

É obtido a partir da redução da glicose. Doses diárias acima de 70 gramas possuem efeito diurético e laxativo. Pode ser consumido por diabéticos e não favorece a formação de cáries. É misturado com outros edulcorantes para acentuar o brilho e a viscosidade de certas receitas. Possui o sabor um pouco mais adocicado do que a sacarose, apesar de seu poder adoçante ser 0,5 vezes mais fraco.

Steviosídeo

Foi descoberto a mais de um século, considerado seguro e atóxico. É extraído de uma planta (Stévia Reubadiana) e adoça 300 vezes mais do que o açúcar. É muitas vezes associado a outros edulcorantes para retirar o sabor residual que eles deixam. É estável a altas temperaturas e o único adoçante de origem vegetal produzido em escala industrial. Não possui contra indicações e seu sabor é um pouco amargo. Não causa cáries e realça o sabor dos alimentos.

Xilitol

É um álcool de açúcar obtido através da hidrogenação de xilose (um tipo de açúcar). Seu poder adoçante é menor do que o do açúcar. Não favorece a formação de cáries.

Dose máxima diária

Qualquer coisa em excesso pode tornar-se prejudicial. Com o uso de adoçantes a regra não poderia ser diferente.

Abaixo estão as doses diárias máximas para o consumo seguro dessas substâncias*:

Adoçante
mg/kg
Acesulfame-K 9 a 15
Aspartame 40
Ciclamato 11
Steviosídio 5,5
Frutose Não existe limite
Sacarina 5
Sucralose 15
Manitol 50 a 150

* Os que não constam na lista não têm o limite estabelecido.

É importante ressaltar que gestantes, lactentes, crianças e pessoas com restrições alimentares precisam de orientação médica para o consumo seguro de adoçantes.

Recomendações de uso saudável de adoçantes

O uso de adoçantes ainda hoje gera muita polêmica, principalmente artificiais. Há quem diga que eles causem diversos tipos de problemas, mas não existem constatações que realmente validem essas informações.

De qualquer forma, ao utilizar essas substâncias é essencial respeitar o limite de consumo, e se seu caso permitir, dar preferência aos adoçantes de origem natural.

Quem quer perder peso deve ficar atento aos rótulos dos produtos, pois nem todo adoçante engorda menos do que o açúcar.

Os diabéticos devem verificar se o que irão consumir não é apenas uma mistura de açúcar e edulcorantes, no intuito de diminuir o valor energético.

Pessoas hipertensas devem procurar controlar o nível de sódio na alimentação, assim como quem possui problemas renais. Adoçantes como o ciclamato ou a sacarina, por exemplo, possuem níveis altos deste mineral.

Aqueles que não estão em dietas especiais têm muitas duvidas entre usar açúcar e adoçante. Um ponto de partida, segundo o nutricionista Gustavo Viena, pós-graduado em nutrição esportiva pela Universidade Federal de Goiás, o adoçante continua sendo uma boa escolha para evitar o alto índice glicêmico e calórico do açúcar.

O steviosídeo é um dos mais indicados, por ser de origem vegetal. O aspartame, o acessulfame e o cliclamato devem ser utilizados com cautela, até porque existem estudos, mesmo que ainda inconclusivos, relacionando essas substâncias com o câncer.

Além desses adoçantes já utilizados há algum tempo no Brasil, ano passado a ANVISA liberou o uso de outras três substâncias: a taumatina, o eritritol (ambos naturais) e o neotame (artificial). A variedade de opções aumentando no país prova que os brasileiros estão cada vez mais preocupados em levar uma vida mais saudável.

Para saber qual o tipo certo de adoçante para você, o ideal é estar ciente de suas restrições e necessidades, e ler com atenção os rótulos dos produtos disponíveis no mercado.

Fonte: Banco de Saúde

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