5 de junho de 2011

Colonização da África

Processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências européias. Tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima européia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.

Portugueses

Iniciam o processo na primeira metade do século XV, estabelecendo feitorias, portos e enclaves no litoral oeste africano. Não existe nenhuma organização política nas colônias portuguesas, exceto em algumas áreas portuárias onde há tratados destinados a assegurar os direitos dos traficantes de escravos. A obtenção de pedras, metais preciosos e especiarias é feita pelos sistemas de captura, de pilhagem e de escambo. O método predador provoca o abandono da agricultura e o atraso no desenvolvimento manufatureiro dos países africanos. A captura e o tráfico de escravos dividem tribos e etnias e causam desorganização na vida econômica e social dos africanos. Milhões de pessoas são mandadas à força para as Américas, e grande parte morre durante as viagens. A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos.

Ingleses

No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravidão, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim e animais. Para isso estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da Coroa inglesa.

Holandeses

Estabelecem-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1.652. Desenvolvem na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres.

PARTILHA DA ÁFRICA

No fim do século XIX e início do século XX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália. A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação. No início da I Guerra Mundial, 90% das terras já estão sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano. Os franceses instalam-se no noroeste, na região central e na ilha de Madagáscar. Os ingleses estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no sul do continente. A Alemanha conquista as regiões correspondentes aos atuais Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia. Portugal e Espanha conservam antigas colônias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, enquanto os espanhóis mantêm as posses coloniais de parte do Marrocos e da Guiné Equatorial. A Bélgica fica com o Congo (ex-Zaire) e a Itália conquista a Líbia, a Eritréia e parte da Somália.
Após a partilha ocorrem movimentos de resistência. Muitas manifestações são reprimidas com violência pelos colonizadores. Também são exploradas as rivalidades entre os próprios grupos africanos para facilitar a dominação. A colonização, à medida que representa a ocidentalização do mundo africano, suprime as estruturas tradicionais locais e deixa um vazio cultural de difícil reversão. O processo de independência das colônias européias do continente africano tem início a partir da II Guerra Mundial.
Fonte: geocities.yahoo.com.br
Colonização da África

A REAÇÃO DOS AFRICANOS

A conquista da África foi entremeada de tenaz resistência nativa. A mais célebre delas foram as Guerras Zulus, travadas no século 19 pelo rei Chaka (que reinou de 1818 a 1828) na África do Sul, contra os ingleses e os colonos brancos boers. Entrementes, os colonizadores começaram a combater as endemias e doenças tropicais que dificultavam a vida dos europeus através do saneamento e da difusão da higiene. A África era temida pelas doenças tropicais: a febre amarela, a malária e a doença do sono, bem como da lepra. O continente, igualmente, ocupado por missões religiosas, tanto católicas como protestantes. Junto com o funcionário colonial, o aventureiro, o fazendeiro, e o garimpeiro branco, afirmou-se lá, em caráter permanente, o padre ou o pastor pregando o evangelho.
Essa ocupação escancarada provocava amargura entre os africanos que se sentiam inferiorizados e impotentes perante a capacidade administrativa, militar e tecnológica, do colonialista europeu. Já na metade do século 19, o afro-americano Edward W. Blyden, que emigrara para a Libéria em 1850, descontente com a perda da auto-estima dos negros, proclamava a existência de uma “personalidade africana” com méritos e valores próprios, contraposta a dos brancos. E, imitando James Monroe, lançou o slogan “África para os africanos!”.
Em 1919 reuniu-se em Paris, o 1º Congresso Pan-africano, organizado pelo intelectual afro-americano W.E.B. Du Bois. Reivindicou ele um Código Internacional que garantisse, na África tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse à emancipação final das colônias. Conquanto que, para os negros americanos, era solicitado a aplicação dos direitos civis (que só foram finalmente aprovados pelo congresso dos E.U.A. em 1964!).
O último congresso Pan-africano, o 5º, reuniu-se em Manchester, na Inglaterra, em 15-18 de outubro de 1945, tendo a presença de Du Bois, Kwane Nkurmah, futuro emancipador da Ghana, e Jomo Kenyatta, o líder da Quênia. Trataram de aclamar a necessidade da formação de movimentos nacionalistas de massas para obterem a independência da África o mais rápido possível.

A DESCOLONIZAÇÃO

A descolonização tornou-se possível no após-1945 devido a exaustão em que as antigas potências coloniais se encontraram ao terem-se dilacerado em seis anos de guerra mundial, de 1939 a 1945. Algumas delas, como a Holanda, a Bélgica e a França, foram ocupados pelos nazistas, o que acelerou ainda mais a decomposição dos seus impérios no Terceiro Mundo. A guerra também as fragilizou ideologicamente: como podiam elas manter que a guerra contra Hitler era uma luta universal pela liberdade contra a opressão se mantinham em estatuto colonial milhões de asiáticos e africanos?
A Segunda Guerra Mundial se debilitou a mão do opressor colonial, excitou o nacionalismo dos nativos do Terceiro Mundo. Os povos asiáticos e africanos foram assaltados pela impaciência com sua situação jurídica de inferioridade, considerando cada vez mais intolerável o domínio estrangeiro. Os europeus, por outro lado, foram tomados por sentimentos contraditórios de culpa por manterem-nos explorados e sob sua tutela, resultado da influencia das idéias filantrópicas, liberais e socialistas, que remontavam ao século 18. Haviam perdido, depois de terem provocado duas guerras mundiais, toda a superioridade moral que, segundo eles, justificava seu domínio.
Quem por primeiro conseguiu a independência foram os povos da Ásia (começando pela Índia e Paquistão, em 1946). A maré da independência atingiu a África somente em 1956. O primeiro pais do Continente Negro a conseguí-la foi Ghana, em 1957. Em geral podemos separar o processo de descolonização africano em dois tipos. Aquelas regiões que não tinham nenhum produto estratégico (cobre, ouro, diamantes ou petróleo) conseguiram facilmente sua autonomia, obtendo-a por meio da negociação pacífica. E, ao contrário, as que tinham um daqueles produtos, considerados estratégicos pela metrópole, explorados por grandes corporações, a situação foi diferente (caso do petróleo na Argélia e do cobre no Congo belga). Neles os colonialistas resistiram aos movimentos autonomistas, ocorrendo movimentos de guerrilhas para expulsá-los.

OS PARTIDOS E OS MOVIMENTOS AFRICANOS

Apesar da existência de 800 etnias e mais de mil idiomas falados na África, podemos encontrar alguns denominadores comuns entre os partidos e movimentos que lutaram pela descolonização. O primeiro deles é de que todos eles ambicionavam a independência, conquistada tanto pela vertente de radicalismo revolucionário ou através do reformismo moderado, que tanto podia implantar uma republica federativa como uma unitária.
Em geral, os partidos optaram pelo centralismo devido a dificuldade em obter consenso entre tribos rivais. Esse centralismo é geralmente assumido pelo próprio líder da emancipação, (como Nkrumah em Ghana) pelo partido único (ou “partido dominante” como definiu-o Leopold Senghor, do Senegal) ou ainda, por um ditador militar (como Idi Amin Dada em Uganda, ou Sese Seko Mobuto no Zaire). A negritude (movimento encabeçado por Aimé Césaire, um poeta martinicano, e pelo presidente senegalês Leopold Senghor) foi também um ponto em comum, marcadamente entre os países afro-francofônicos, que exaltavam as qualidades metafísicas dos africanos. Finalmente todos manifestavam-se a favor do pan-africanismo como uma aspiração de formar governos “por africanos e para africanos, respeitando as minorias raciais e religiosas”.

DIFICULDADES AFRICANAS

Na medida em que em toda a história da África anterior ao domínio europeu, desconhecia-se a existência de estados-nacionais, segundo a concepção clássica (unidade, homogeneidade e delimitação de território), entende-se a enorme dificuldade encontrada pelas elites africanas em constituí-los em seus países. Existiam anteriormente na África, impérios, dinastias governantes, milhares de pequenos chefes e régulos tribais, mas em nenhuma parte encontrou-se estados-nacionais. O que havia era uma intensa atomização política e social, um facciosismo crônico, resultado da existência de uma infinidade de etnias, de tribos, quase todas inimigas entre si, de grupos lingüísticos diferentes (só no Zaire existem mais de 40), e de incontáveis castas profissionais. O fim da Pax Colonialis, seguida da independência, provocou, em muitos casos, o afloramento de antigos ódios tribais, de velha rivalidades despertadas pela proclamação da independência, provocando violentas guerras civis (como as da Nigéria, do Congo e, mais recentemente, as da Angola, Moçambique, Ruanda, Burundi, Serra Leoa e da Libéria).
Essas lutas geraram uma crônica instabilidade em grande parte do Continente que contribuiu para afastar os investimentos necessários ao seu progresso. Hoje a África, com exceção da África do Sul, Nigéria e o Quênia, encontra-se praticamente abandonada pelos interesse internacionais. Os demais parecem ter mergulhado numa interminável guerra tribal, provocando milhões de foragidos (na África estão 50 % dos refugiados do globo) e um número incalculado de mortos e feridos. É certamente a parte do mundo onde mais guerras são travadas. Como um incêndio na floresta, encerra-se a luta numa região para logo em seguida arder uma mais trágica ainda logo adiante.
De certa forma todos os povos pagam pelos seus defeitos culturais. Neste sentido o arraigado tribalismo africano é o grande impedimento para concretizar a formação de um estado-nacional estável. Enquanto as massas negras não conseguirem superar as rivalidades internas dificilmente poderão formar regimes sólidos, íntegros, que superem a dicotomia entre ditadura ou anarquia tribal. A grande geração que conseguiu a independência, homens como K.Nkrumah, Jomo Kenyatta, Agostinho Neto, Samora Machel, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere, Leopold Senghor ou Nelson Mandela estão mortos ou envelheceram. Nenhum dos sucessores desses grandes homens, têm conseguido o respeito da população e o carisma necessário para manter seus respectivos países unidos. Em muitos casos eles foram substituídos por chefes dominados por interesses localistas e familiares, de visão estreita, sem terem o sentido de abrangerem o restante dos seus cidadãos. É hora pois dos líderes africanos pararem de jogar pedras sobre o passado colonial e assumirem a responsabilidade pelo destino dos povos que ajudaram a emancipar.
Fonte: educaterra.terra.com.br
Colonização da África
A conquista e a ocupação da Ásia e da África ocorreram através da força militar e da violência. Aventureiros, traficantes, homens ambiciosos fizeram parte das expedições que usaram de todos os meios como saques, destruição de aldeias, escravização da população, requisição forçada de alimentos para o domínio da região desejada.
Os imperialistas defendiam a necessidade de se fornecer proteção aos comerciantes, missionários ou aventureiros que se encontravam longe da pátria. 0 ataque a cidadãos europeus, principalmente religiosos, fornecia o pretexto para a intervenção armada na Ásia e na África. 0 dramaturgo Bernard Shaw assim se expressava sobre os métodos de conquista empregados pelos ingleses:
"0 inglês nasce com um certo poder milagroso que o torna senhor do mundo. Quando deseja alguma coisa, ele nunca diz a si próprio que a deseja. Espera pacientemente até que lhe venha à cabeça, ninguém sabe como, a insopitável convicção de que é seu dever moral e religioso conquistar aqueles que têm a coisa que ele deseja possuir. Torna-se, então, irresistível Como grande campeão da liberdade e da independência, conquista a metade do mundo e chama a isso de Colonização. Quando deseja um novo mercado para seus produtos adulterados de Manchester, envia um missionário para ensinar aos nativos o evangelho da paz. Os nativos matam o missionário; ele recorre às armas em defesa da Cristandade; luta por ela, conquista por ela; e toma o mercado como uma recompensa do céu..." ("The Man of Destiny", citado por LINHARES, M. Yedda. A luta contra a metrópole. São Paulo, Brasiliense, 1983, P. 36).
Na corrida imperialista pela posse de colônias na Ásia e na África, países de civilização tradicional e densamente habitado, como a Índia, a China, a Argélia, foram dominados devido à superioridade tecnológica e bélica dos europeus. 0 uso de fuzis com carregamento pela culatra, de navios de guerra movidos a vapor equipados com canhões de longo alcance, etc, eliminavam qualquer resistência à conquista européia. Apesar disso, as populações locais reagiam e os europeus tiveram que enfrentar guerras em várias regiões, como a Revolta dos Sipaios, na Índia (1857/59) e a Revolução dos Taipings (1851/64), na China.
A presença européia a partir de meados do século XIX, resultou no retrocesso e no empobrecimento das sociedades asiáticas e no acirramento das rivalidades entre elas (muçulmanos contra hindu, na Índia; malaios contra chineses, etc.)
No início do século XX, em conseqüência do processo de conquista e de ocupação, a Ásia encontrava-se assim repartida:
  • a Inglaterra dominou a Índia (1845/48), a Birmânia e a Malásia
  • a França conquistou, nos anos 1860, a Indochina (hoje Vietnam, Laos e Camboja), dedicando-se à exploração de seus recursos naturais como mi nerais, carvão, seda e arroz
  • a Holanda ocupou o Arquipélago de Sonda ou Índias Neerlandesas (hoje Indonésia), formado pelas ilhas de Sumatra, Java, Bornéu, Celebes e parte da Nova Guine; as terras mais férteis foram utilizadas para a agricultura de exportaçao
  • Portugal manteve as antigas feitorias de Diu e de Goa, na Índia; de Macau na China e uma parte de Timor, no Arquipélago de Sonda
  • o território da China foi dividido em áreas de influência submetidas ao controle de ingleses, franceses, alemães, italianos, japoneses e russos.
Os europeus iniciaram a exploração da África no decorrer do século XIX, visto que até 1800 apenas o litoral era conhecido. A princípio, expedições religiosas e científicas, como as comandadas pelos ingleses Livingstone, Stanley, Burton, pelos franceses Caillé e Brazza, pelo alemão Barth, pelo português Serpa Pinto, atravessaram os desertos de Saara e de Kallaari, subiram os rios Nilo e Congo em busca de suas nascentes, descobriram os lagos Niasa, Tanganica, Vitória, Tchad e cortaram o continente, de São Paulo de Luanda a Moçambique.
De fornecedora de escravos, a África passou a produzir os bens necessários à Europa, tais como café, amendoim, cacau, sisal, borracha, cobre, ouro. 0 interesse científico aos poucos transformou-se em interesse econômico e político e, a partir de 1870, a competição imperialista na África tornou-se acirradíssima.
Em função dessa disputa, em 1885, o chanceler alemão Bismarck convocou a Conferência de Berlim, com o objetivo de disciplinar e definir a repartição "amigável" continente africano, tendo em vista a importância da "missão civilizadora" do homem branco. A Conferência de terminou que qualquer anexação de território africano deveria ser comunicada imediatamente às outras potências e ser seguida de ocupação efetiva para garantir a posse; finalizou com o compromisso de submeter os conflitos coloniais entre as potências, à arbitragem internacional.
Apesar dos compromissos assumidos na Conferência de Berlim, corrida imperialista na África afetou as relações internacionais, contribuindo para intensificar as rivalidades entre os países europeus.
Entre os principais pontos de atrito, podemos citar:
a) o confronto entre ingleses e franceses no interior da África, devido à tentativa dos franceses em estabelecer a uniao entre Dakar e Djibuti
b) o confronto entre holandeses e ingleses na região da África do Sul (guerra dos Bôers
c) a disputa entre França e Itália pela posse da Tunísia, vencida pela França
d) a disputa entre França e Alemanha, no Marrocos, vencida também pela França.
A resistência das populações africanas à conquista foi tenaz. Os franceses enfrentaram prolongada luta no Marrocos e na Tunísia. Os italianos foram vencidos pelos etíopes, em 1887 e 1896. Os ingleses sofreram derrotas no Sudão. Os alemães lutaram muito para subjugar o povo herero, no Sudoeste Africano. Os zulus, os ashantis, os matabeles e outras tribos ofereceram grande resistência. Entretanto, essas populações não conseguiram suportar as demoradas campanhas empreendidas pelos europeus e acabaram submetidas, após violências e atrocidades de toda sorte.
Os relatos das expedições de conquista trazem descrições como essa, sobre a ocupação do Chade: "Dundahé e Maraua foram as principais etapas antes da Birni N'Koni. Aqui pudemos ler no solo e entre as ruinas da pequena cidade as diversas fases do assalto, do incêndio e da matança... Em torno da grande aldeia de Tibery, os cadáveres de dezenas de mulheres pendiam das árvores próximas... Em quase todas as aldeias por que passamos, os poços estavam fechados ou contaminados por montões de cadáveres que apenas se podia distinguir se pertenciam a animais ou a homens." (GAL, Meynier. Lés conquérants du Tchad, cit. Por FALCON F. & MOURA, G. A formação do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro, Ed. Campus Ltda., 1985, p. 88.)
Em 1914, apenas a Etiópia e a Libéria conseguiam manter-se independentes e a África estava assim dividida:
A França ocupou a África do Norte (Argélia, Tunísia e Marrocos), a região do Saara (dividida para fins administrativos em África Equa torial Francesa e África Ocidental Francesa) e a ilha de Madagáscar;
A Inglaterra incorporou o Egito, o Sudão Anglo-Egípcio, o Quênia, Uganda, Somalia, Costa do Ouro e Nigéria; ao sul, os ingleses anexaram o interior da Colônia do Cabo e através de Cecil Rhodes, surgindo assim as Rodésias; em 1902, numa guerra contra os Boers, antigos colonos holandeses, os britânicos conquistaram o Transvaal e Orange;
A Bélgica apoderou-se do Congo Belga (Zaire);
A Alemanha assenhorou-se do Togo, dos Camarões, da África Oriental e do Sudoeste Africano; - a Itália tomou a Eritréia, a Somália e a Tripolitânia (Líbia); - Portugal conservou Angola, Moçambique, Guine e o arquipélago de Cabo Verde; - e a Espanha manteve o Saara Ocidental (Rio do Ouro).
Fonte: www.hystoria.hpg.ig.com.br
Colonização da África

TRÁFICO E OS NAVIOS NEGREIROS

A historia do trafico é por demais complexa e remota, cabendo às mais antigas sociedades das nações e a todos os povos da alta antigüidade, portanto não cabendo aos portugueses a sua primazia, que por sua vez são descendentes de povos que também foram escravizados e dominados por outros mais poderosos. Em toda a África, desde épocas imemorais, a escravidão militar ou escravidão histórica a que é própria de todas as sociedades humanas numa fase de sua evolução política e que dessa escravidão nasceu a escravidão mercantil, não só as guerras criaram a escravidão, mas também as religiões pois as vitorias do islamismo deram como resultado o estabelecimento do trafico pelo extremo nordeste do continente africano e como o religioso muçulmanos penetrou até o coração da África, as legiões do profeta conseguiram manter o monopólio do comercio do interior e o trafico de escravos destinados a suprir o sul da Ásia e grande parte do Mediterrâneo Oriental, e esse trafico ampliou-se para todo o norte da África, e pelo fato este tráfico teve então dois vastos emontórios que foram o leste pelo Mar Vermelho e do norte do deserto até o Maghreb e no principio do século XV e que se puseram os primeiros navegantes cristãos em relação com os escravos da costa africana do oeste.
E no ano de 1432 o navegador português Gil Eanes introduziu em Portugal a primeira leva de negros escravos e a partir desta época os portugueses passaram a traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo, em seguida levaram os negros para os Açores logo depois para Cabo-Verde e finalmente para o Brasil,
Em meados do século XVI devido ao estabelecimento do Governo Geral, o que pesa para Portugal a respeito ao trafico negro, pesa também sobre a França, Espanha, Holanda e especialmente sobre a Inglaterra, pois lhe cabe a primazia como vanguardeira do tráfico e do comércio de escravos autorizado desde o reinado de Eduardo VI e começando no reinado da Rainha Elizabeth no século XVI, e John Hawkins foi o primeiro inglês a empreender o comércio de negros escravos por este motivo recebeu o titulo de Baronnet, e a historia dos navios negreiros e a mais comovente epopéia de dor e de desespero da raça negra; homens, mulheres e crianças eram amontoados nos cubículos monstruosamente escuros das galeras e dos navios negreiros onde iam se misturando com o bater das vagas e o ranger dos mastros na vastidão dos mares. A fome e a sede, de mãos dadas com as doenças que se propagavam nos ambientes estreitos passavam pelos maribundos e não lhes ceifavam a vida, concedendo-lhes perdão e misericórdia que não encontravam aconchego nos corações dos homens, daqueles homens severos e maus de todas as embarcações e que só se preocupavam com o negócio rendoso que a escravaria oferecia.
Os negros fortes, retintos e amontoados também se tornavam feras acuadas onde o dia se confundia com a noite pois as levas de negros que embarcavam na costa da África provinham de diferentes pontos e de diferentes raças e eram misturadas como carga comum nos bojos dos navios negreiros
Os gemidos dos moribundos vinham juntar a algaravia das diferentes línguas dos Mandingas, Felupos, Cabindas, Gêjes, Fulas, Congos, Bundas, Bantos, Libolos, Caçanjes e tantas outras tribos, desconhecidas umas das outras, rosnavam como feras furibundas e dilaceravam-se mutuamente nas mínimas disputas; quando o navio negreiro sofria qualquer acedio de naus piratas, os tripulantes que se preparavam para a defesa do navio negreiro, normalmente recebiam ordens do comandante que era sempre um bárbaro que sumariamente mandava atirar ao mar os negros agonizantes, para aliviar a carga para tornar o barco mais maleável, erra quando os marinheiros desciam aos porões imundos e os moribundos eram atirados ao mar, e quando isto não acontecia as epidemias lavravam os porões e só havia um remédio: o mar!
A organização da Companhia de Lagos tinha o objetivo de incentivar e desenvolver o comércio africano e dar expansão ao trafico negreiro. Logo após o navegador Antão Gonçalves ter dado entrada em Portugal de uma leva de escravos negros capturados na Ilha de Arguim, e a viagem inicial da Companhia de Lagos que foi empreendida por uma expedição composta de seis caravelas ao comando do escudeiro Lançorote que transportou 235 cativos, e pelas lutas travadas entre varias feitorias da África que se entrechocavam no fornecimento de escravos e as incursões devastadoras dos corsários e piratas e a instituição da Companhia de Lagos, motivaram a formação de varias companhias negreiras, que entre elas podemos citar a Companhia de Cacheu em 1675, Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos em 1690, Companhia Real de Guiné e das Índias em 1693, Companhia das Índias Ocidentais em 1636
E devido ao êxito desta para o Brasil e o tino político do padre jesuíta Antônio Vieira se deu a criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil em 1649.
A Companhia do Estado do Maranhão em 1679, Companhia da Costa da África em 1723,Companhia do Grão Pará e Maranhão, Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba que foram criadas pelo Marquês de Pombal, desta maneira podemos atestar que o transporte de negros da África era o melhor e mais rendoso negocio da época. E as raças transportadas durante o longo período negreiro e que se distribuíam por toda a África pode ser assim enumeradas: do grupo de Guiné e Nigricia foram exportadas os Jalofos (aptos a ida do mar), Mandingas (convertidos ao Maometismo eram inteligentes e empreendedores), Yorubas ou Minas (fortes, robustos e hábeis), Felupos (os mais selvagens), Fulas que se dividiam em pretos, vermelhos e forros (eram descendentes dos chamita), Sectários de Maomet (eram os mais valentes e organizados), Balantos ( gentios democratas), Biafadas ( eram robustos, atléticos, esforçados, bons marinheiros), Papéis, Manjacos, Nalus, Bahuns.
E do Congo e Angola tiveram do grupo Banto foram os Ba-Congos (mais adiantados da África), Djaggas ( convertidos ao cristianismo), Cabindas (excelentes trabalhadores), Mussurongos, Eschicongos, Jagas e seus afins Ban-Galas e do grupo Fiote tivemos os Bamba e os Hollos, Ambaquistas, e do sertão tivemos os Ma-Quiocos (hábeis caçadores), Guissamas (valentes e hábeis), Libollos (pacíficos e agricultores), todos do grupo Bunda, e o do grupo N`bundo vieram os Ba-Nanos, Ba-Buenos, Bailundos (todos eram altos, fortes e aguerridos), Bihenos (artistas), Mondombes, e do grupo Janguellas ou Baagangellas tiveram os Ambuellas (mineradores de ferro), Guimbandes (pacíficos e artistas) Banhanecas e Ba-Ncumbis (pastores e agricultores) e dos grupos Bantos Orientais foram os Macuás (inteligentes e faladores), Manimdis e Manguanguaras (selvagens) Nyanjas ou Manganjas (inteligentes e pacíficos), Mavias (pescadores) e do Senegal tivemos os Muzinhos, Moraves e Ajaus (mercadores de marfim) e do ramos de Bochimanos e Hotentotes tiveram os Ba-Cancalas, Bacubaes, Ba-Corócas, Ba-Cuandos, Ba-Cassequeres, Basutos e Bechuanas, Nubios.
A obra do negreiro na África foi verdadeiramente vandálica, destruidora, sanguinária! A eloquência do número de raças exportadas de todos os recantos africanos é frisantes atestado da gula dos comerciantes negreiros pelo rendoso negocio do trafico. Todas as nações civilizadas tinham ali na costa da África a sua feitoria e nos mares em cruzeiros simultâneos, navios de todos os efeitos empregados no trafego imoral, aberrante, desumano e sanguinário, que despovoou pouco a pouco o continente negro e seu modo cobriu-se de sangue durante asa preias desordenadas, preias levadas a efeitos a ferro e a fogo, a laço e a tiro.
Fonte: www.geocities.com
Colonização da África

ORIGEM HISTÓRICA DO NOME

A África é uma Península triangular ligada à Ásia pelo istmo de Suez cortado pelo canal do mesmo nome. Limitada ao Norte pelo Mar Mediterrâneo, ao Sul pelos Oceanos, Atlântico e Índico, ao Leste pelo Mar Vermelho e Oceano Índico e ao Oeste pelo Oceano Atlântico. É o segundo maior continente do mundo. É 3 vezes maior que a Europa, 4 vezes maior que o Brasil e 412 vezes maior que Portugal continental. Tem uma área de 30.27 milhões km2, perdendo apenas para o continente Asiático que tem de superfície 44.30 milhões km2.
A divisão política do continente africano compreende 53 países independentes, com uma população total estimada hoje em mais de 681 milhõesde seres humanos. Mas, a curiosidade que caracteriza este pequeno artigo,não se prende tão somente aos dados da situação geográfica do continente nemaos dados demográficos acima descritos, pois a maioria de nós já tem/temosconhecimento dos mesmos nos bancos escolares, pelo menos os que tiveram aoportunidade de ter uma instrução um pouco mais extensa.África! O que vem a significar esta palavrinha de 6 letras que naclassificação da língua portuguesa é uma palavra tónica por possuir umacento que se pronuncia com mais intensidade; trissilábica, por possuir trêssílabas e proparoxítona, por ter o acento tónico na antepenúltima sílaba?

Eis a questão!

É de extrema importância ressaltar antes de tudo que, o nome do nossocontinente não foge à regra, pois a maioria dos nomes de países que hojeconstituem o continente negro, embora oriundos de palavras genuinamentelocais, surgiu/surgiram dos primeiros contactos dos colonizadores com aspopulações autóctones. Podemos dizer, de um mal-entendido linguístico. O
nativo, indagado alguma coisa assim : Como se chama? Como se chama estelugar? Ele, sem entender absolutamente nada, responde algo que lhe pareceuter sido perguntado, associando o som ouvido à palavra que conhece. E, oinquiridor, que também desconhece totalmente a língua do aborígene e, ávidode ter uma resposta, capta o som, balbucia a palavra e escreve de sua formao som ouvido sem mais nem menos. O que importa é algo registado!
A palavra África deriva de AVRINGA ou AFRI, nome da tribo Berbere que naantiguidade habitava o Norte do continente.Os berberes são descendentes dos antigos Númidas que habitavam a regiãochamada Numídia, entre o país de Cartago e actual Mauritânia, conquistadapelos romanos ao rei Jugurta, cuja capital era a cidade de Cirta, hojeConstantina, na Argélia.
O nome África começou a ser usado pelos romanos a partir da conquista dacidade de Cartago para designar províncias a Noroeste do Mar Mediterrâneoafricano, onde hoje situam-se a Tunísia e a Argélia. Recorda-se que Cartagofoi uma das famosas cidades de antiguidade da África. Foi fundada no séc.VII a. C. pelos Fenícios, sob a direcção da Princesa Tiriana Dido ou Elisa,filha de Muto, rei de Tiro, (actual cidade de Sur no Líbano) que após amorte do seu marido Siqueu, fugiu para a África e fundou a cidade de Cartagonuma península, perto da qual se encontra hoje a cidade de Túnis, capital daTunísia. Em pouco tempo, Cartago tornou-se capital de uma poderosa repúblicamarítima, substituindo-se a cidade de Tiro no Ocidente. Criou colônias naSicília e na actual Espanha. Enviou navegadores ao Atlântico Norte.Entretanto, as colônias cartagineses na Sicília suscitaram vistas ambiciosasdos romanos que cultivaram uma ferrenha rivalidade que culminou com as 3guerras chamadas Púnicas.
No final da 2ª guerra púnica, os romanos conseguiram apoderar-se da bela esumptuosa cidade de Cartago, sob o comando de Cipião - o Africano, apesardos esforços empreendidos por Aníbal para impedir que os romanos apoderassemdela. Cartago restabeleceu-se dessa derrota, mas foi definitivamentedestruída na 3ª guerra púnica, por Cipião Emiliano. Reconstruída poucodepois, floresceu novamente do séc. I a VI da nossa era e foi uma verdadeiracapital da África romana. Mas, no ano 698 caiu nas mãos dos árabes e começoua decadência.
Portanto, no século XVI, com a necessidade dos Europeus de avançarem para ointerior e para o sul do continente negro, o nome África generalizou-se paratodo o continente que passou a chamar-se de "África".
A palavra África significa também: façanha, proeza, valentia, algo difícilde se realizar. Este segundo e pseudo significado, embora recheado de umcerto preconceito de um lado, de outro dignifica-nos como africanos, poismostra a nítida resistência à penetração estrangeira no interior do nossocontinente e traduz a realidade verdadeira da época. Foi dado pelosEuropeus expedicionários, principalmente os portugueses, como consequênciadas enormes dificuldades que tiveram em penetrar no interior do continente.
A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes,baixas humanas e muitas vezes retrocediam à face das dificuldades e perigode serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e o pior de tudo,conheciam mal o seu terreno.Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadasexpedições em África eram considerados destemidos e valorosos militares,dispostos "a fazer uma África" isto é, a mostrar sua coragem, a guerrearem, enfrentando o incerto ou inimigo desconhecido. Portanto, estavamdispostos a "meter uma lança em África", que significa dizer, levar a cabouma empresa difícil.
Fonte: didinho.no.sapo.pt
Colonização da África

O povo Bérbere

Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc.
Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico.
Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.

Os bantos

Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.
Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente.
Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.
O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.

Os soninkés e o Império de Gana

Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.
Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.
fonte: www.portalsaofrancisco.com.b

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