É claro, há sempre exceções, aquelas histórias de crianças que aprenderam a amar a literatura sem precisar de qualquer incentivo. Obviamente não é desses casos que vou falar aqui. A ideia é propor algumas dicas para você que deseja que seus filhos um dia sejam bons leitores, e com isso ganhem todas as vantagens que esse hábito maravilhoso pode oferecer.
Leia: Esta é a principal, e a que sempre enfatizo quando algum pai vem atrás de recomendações. Crianças são emuladoras, elas imitam as ações daqueles que fazem parte do seu cotidiano. Como a criança começará a ler se os pais não fazem isso? Então antes de querer que seu filho tenha esse hábito, o desenvolva você também, caso ainda não o tenha.
Elogie os livros e quem lê: Se a criança ouvir coisas como “Para que serve literatura? Tem é que estudar matemática!” é óbvio que ela não vai demonstrar muito interesse por isso. Reparem nos jovens próximos de vocês, como eles gostam de fazer a coisa sempre com um propósito claro (para professores o mais comum é “estudo porque quero passar na prova”, por exemplo). Elogie a literatura, pessoas que tem o hábito de ler e, mais ainda, elogie seu filho quando ele estiver lendo algo.
Deixe a criança escolher: Você pode estar carregado de boas intenções ao oferecer Onde Vivem os Monstros ou Flicts para seu filho. Foram livros importantes e agradáveis para você. Mas isso não significa que seu filho irá gostar também. Por isso, o importante é de quando em quando levá-lo até uma livraria ou biblioteca e deixá-lo livre para escolher o que quiser.
Deixe a criança brincar com os livros: Essa é a parte mais difícil para os bibliófilos de plantão que morrem de orgulho das edições lindas em capa dura na estante do pimpolho. Mas não adianta dar livro e não deixar a criança se relacionar com ele da forma que quiser. Deixe que brinque, rabisque. Se você impor condições e proibições, ela prolongará isso para a leitura também.
Tenha livros em casa: Pode parecer meio bobo, mas tem muito pai que pergunta o que recomendo para o filho ler, mas que não tem qualquer livro na estante. É uma questão de tornar o objeto familiar para a criança, algo comum. Se a criança só tiver contato com isso na escola, é lógico que ela atribuirá um valor de obrigação ao livro. A ideia é fazer parte da rotina de lazer também.
Converse sobre o que ele leu: Deixe que ele conte para você a história, que comente sobre o que achou mais interessante, ou porque não gostou de um determinado livro. Faça desse um momento seu e de seu filho. Se ele ainda não lê, converse sobre a história após ler o livro para ele.
Não force a barra: Ler tem que ser um prazer. Não adianta querer que ele goste de livros já no primeiro contato. Tenha paciência e vá aos poucos. Se sentir que num determinado dia ele não está dando bola para isso, não insista. O mesmo trauma que muita gente carrega das leituras obrigatórias do colégio pode acontecer também com pais impondo a leitura de livros em casa.
Como fica evidente, não há mágica. Há na realidade muito trabalho, e o principal, a participação dos pais nesse processo. Um livro pode ser automaticamente apaixonante para alguns, mas outros precisam conhecê-lo aos poucos, ver suas qualidades dia após dia até que em um momento vire gosto, ou mesmo hábito.
Em tempo: segundo o livro What to Expect, o normal é que uma criança aprenda a virar páginas ali perto dos 16 meses, sendo que isso pode acontecer antes (meu Arthur começou com 8 meses). Então, quanto mais cedo melhor – há muitos títulos para bebês disponíveis nas livrarias, e o melhor de tudo é que alguns são bem baratos.
fonte:meiapalavra
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