Definir o que é filosofia não é uma tarefa tão fácil, pois a própria filosofia já foi pensada e repensada desde que o termo foi inventado por Pitágoras, por volta do século VI a.C. A palavra é formada por duas palavras gregas, “filo” que quer dizer amor ou amizade e “sophia” que quer dizer sabedoria ou conhecimento. Filosofia portanto seria amor pelo conhecimento, pela sabedoria.
Sendo o filósofo um “amante do conhecimento” isso significa que ele não é dono do saber, nem uma espécie de guru ou sábio dogmático. O filósofo é apenas um amigo e amante da verdade que está fora de seu domínio, seu papel é buscar a sabedoria, relacionar-se com ela e dividi-la com os outros.
Na época de Sócrates existia uma classe de sábios chamados sofistas. Eram célebres pensadores que discursavam seus conhecimentos para o público interessado em participar ativamente na política do estado. Agiam com se fossem donos do saber e não endossavam o pensamento crítico. Platão os descreve como aproveitadores e mestres didáticos, mais preocupados com o ganho, com a comercialização do conhecimento, do que com a busca pela verdade.
A filosofia se contrapõe a sofística, pois os sábios sofistas buscavam justificar verbalmente suas teorias usando de artifícios retóricos, e não tinham nenhum compromisso com a verdade. O filósofo, como amante do saber, não dispõe necessariamente deste saber, e o que ele pode fazer de fato é levar outros a buscar junto com ele, o conhecimento.
Sócrates compara o trabalho do filósofo ao de uma parteira que “ajuda” a mulher a dar a luz um filho ou filha, da mesma forma o filósofo “ajuda”, “auxilia” no parto das idéias, para que elas brotem para fora de seu discípulo. Este conceito foi aplicado mais tarde ao termo educação, quando se passou a usar a palavra “educere” que significa “conduzir para fora”, associada ao termo original “educare” que significa “nutrir”.
Platão, aluno de Sócrates, acrescenta que o filosofar é o ato de admirar-se diante da realidade circundante. Essa admiração por sua vez é resultado da reflexão. Podemos olhar um objeto e simplesmente aceitar que ele está ali diante dos nossos olhos, ou, podemos nos perguntar, que objeto é esse? Quem o colocou ali? Qual a sua finalidade? Essa admiração de Platão é aquela mesma admiração das crianças diante do desconhecido, admiração que infelizmente, o homem vai perdendo conforme cresce, se adapta e se conforma.
Fonte: Filosofando
Como estudar filosofia
Aprendi algo importante relativamente ao estudo da filosofia.
Ao fim de ler e estudar durante vários meses, sem grandes progressos, registei algo nas últimas semanas que me fez aumentar drasticamente o rendimento do meu estudo.
Provalmente isto será algo de muito básico para qualquer estudante de filosofia, mas de qualquer modo acho que devia partilhar.
Basicamente, quando nos debruçamos sobre um determinado tema, devemos adoptar os seguintes passos:
1) Ter um endendimento muito geral sobre o tema em estudo
2) Perceber as questões e problemas relacionados
3) Estudar a fundo o tema
Começamos por fazer uma aproximação muito por cima ao tema, apenas para saber de que trata e qual o mapa geral do território. Por exemplo para a epistemologia isto passou por ler as introduções e indíces de vários livros. Não é muito mais do que isto.
Depois, e este é o passo que julgo mais importante, temos que perceber quais as perguntas e problemas a tratar. Este era o passo que eu estava a saltar, mas a que dou muita atenção agora. Não serve apenas ler as questões e dizer "ah, já percebi a pergunta!". Trata-se sim de tomar posse do problema, ficar com ele na cabeça, pensar, repensar, remoer, cogitar. Depois de tentar diversas respostas da nossa lavra e de nos confrotarmos com a dificuldade do mesmo, estaremos em condições de o estudar a fundo.
Isto deverá ser feito para cada área da disciplina em estudo. Por exemplo para a epistemologia comecei pela justificação: quais os problemas que envolvem a justificação? quais as questões principais?. Agora estou a fazer o mesmo com o processo de inferência. Depois passarei para o coerentismo e possivelmente voltarei à justificação. Tudo isto é muito dinâmico claro, mas o que interesse é começar por entender a fundo as perguntas de uma determinada área e só depois a estudar a fundo.
Finalmente, e depois de termos passado a fundo pelo passo 2, podemos estudar o assunto. O que verifico é que este estudo é muito (mas muito mesmo!) mais proveitoso depois de termos passado 2 ou 3 dias a remoer o problema. Agora sim entendemos as teses possíveis, as respostas que outros autores adiantaram, conseguimos cruzar informação entre autores e acompanhar o seu diálogo.
Antes costumava atacar um livro "de frente". Lia, continuava a ler, analisava as respostas a problemas que de facto não sentia ainda. Sentia-me um pouco como alguém a nadar contra corrente: esforço, esforço, esforço e no final não saía do mesmo sítio.
Com esta abordagem as coisas são ligeiramente diferentes. Não é um mar de rosas, claro, mas pelo menos o esforço, esforço, esforço é compensado com um progresso visível.
É a componente prática da filosofia. Tal como a maior parte das disciplinas, artes e ofícios, é muito mais fácil de aprendermos se à teoria aliarmos a prática - o passo 2 mais não é do que filosofarmos nós próprios sobre um determinado tema.
Como estudar filosofia?
Aprendi algo importante relativamente ao estudo da filosofia.
Ao fim de ler e estudar durante vários meses, sem grandes progressos, registei algo nas últimas semanas que me fez aumentar drasticamente o rendimento do meu estudo.
Provalmente isto será algo de muito básico para qualquer estudante de filosofia, mas de qualquer modo acho que devia partilhar.
Basicamente, quando nos debruçamos sobre um determinado tema, devemos adoptar os seguintes passos:
1) Ter um endendimento muito geral sobre o tema em estudo
2) Perceber as questões e problemas relacionados
3) Estudar a fundo o tema
Começamos por fazer uma aproximação muito por cima ao tema, apenas para saber de que trata e qual o mapa geral do território. Por exemplo para a epistemologia isto passou por ler as introduções e indíces de vários livros. Não é muito mais do que isto.
Depois, e este é o passo que julgo mais importante, temos que perceber quais as perguntas e problemas a tratar. Este era o passo que eu estava a saltar, mas a que dou muita atenção agora. Não serve apenas ler as questões e dizer "ah, já percebi a pergunta!". Trata-se sim de tomar posse do problema, ficar com ele na cabeça, pensar, repensar, remoer, cogitar. Depois de tentar diversas respostas da nossa lavra e de nos confrotarmos com a dificuldade do mesmo, estaremos em condições de o estudar a fundo.
Isto deverá ser feito para cada área da disciplina em estudo. Por exemplo para a epistemologia comecei pela justificação: quais os problemas que envolvem a justificação? quais as questões principais?. Agora estou a fazer o mesmo com o processo de inferência. Depois passarei para o coerentismo e possivelmente voltarei à justificação. Tudo isto é muito dinâmico claro, mas o que interesse é começar por entender a fundo as perguntas de uma determinada área e só depois a estudar a fundo.
Finalmente, e depois de termos passado a fundo pelo passo 2, podemos estudar o assunto. O que verifico é que este estudo é muito (mas muito mesmo!) mais proveitoso depois de termos passado 2 ou 3 dias a remoer o problema. Agora sim entendemos as teses possíveis, as respostas que outros autores adiantaram, conseguimos cruzar informação entre autores e acompanhar o seu diálogo.
Antes costumava atacar um livro "de frente". Lia, continuava a ler, analisava as respostas a problemas que de facto não sentia ainda. Sentia-me um pouco como alguém a nadar contra corrente: esforço, esforço, esforço e no final não saía do mesmo sítio.
Com esta abordagem as coisas são ligeiramente diferentes. Não é um mar de rosas, claro, mas pelo menos o esforço, esforço, esforço é compensado com um progresso visível.
É a componente prática da filosofia. Tal como a maior parte das disciplinas, artes e ofícios, é muito mais fácil de aprendermos se à teoria aliarmos a prática - o passo 2 mais não é do que filosofarmos nós próprios sobre um determinado tema.
Como estudar filosofia?
Veio antes da sociologia que da filosofia o mais correto modo de se estudar filosofia: é necessário deixar o autor estudado usar a sua cabeça. A fórmula é de Émile Durkheim. Ele próprio usou tal procedimento. Lemos um grande pensador, especialmente um filósofo, e temos de trazê-lo à vida. Ora, isso ele só pode fazer se puder usar do nosso cérebro. Temos de começar a olhar o mundo segundo tal autor. Temos de apreendê-lo em tal grau que ele possa dizer para nós: “obrigado por ter-me trazido à vida novamente, estou confortável em sua mente agora. Quero ficar”.
Os americanos sempre insistiram nisso: o aprendizado efetivo ocorre se aprendemos a mudar comportamentos, se damos mostras, operacionalmente, que mudamos comportamentos. Comportamentos, como os americanos diziam e ainda dizem, não é só comportamentos corporais de deslocamento no espaço, mas comportamentos mentais. Mudar comportamentos mentais como? Ora, deixando alguém que não sou eu pensar dentro da minha cabeça e, assim, manobrar todos meus estados mentais de modo que eu possa, em determinado momento, achar que estou até perdendo a identidade. No limite, o estudo não é a saída de uma “alienação” e, sim, a entrada nela. Estudar é alienar-se de si mesmo. Estudar é se perder. Perder para ganhar.
Mas é só isso? Não! É preciso, também, enjoar. Sim! Em um determinado momento é preciso dizer: “esse meu cérebro não está bom mais para olhar o mundo. Preciso experimentar outro pensador dentro do meu cérebro”. Aí, começa-se ler outro grande autor. Depois outro e mais outro. Mas, sempre no mesmo espírito: ler para trazer o pensador morto para a vida, emprestando seu cérebro a ele. Não se faz isso, é claro, sem amor – amor construído. Por isso, é tolo aquele que quer estudar um filósofo e, sem antes deixá-lo invadir seu cérebro, acha que já não se gosta dele. O amor à primeira vista é para a namorada ou namorado (e em alguns casos), não serve em filosofia. Amor à primeira vista, na filosofia, é tão idiota quanto amor à última vista.
Quando emprestamos nosso cérebro para uma meia dúzia de grandes pensadores, então, começamos a experimentar, após uns anos, um estranho acontecimento. Nosso cérebro começa a pensar sem o nosso comando, sem qualquer decisão nossa – e por caminhos inesperados! Os pensadores lá dentro começam a, por eles mesmos, darem continuidade às teorias que elaboraram em vida. Mas, como estão misturados, sempre conversando nos botecos das esquinas de sinapses, após anos de convívio dentro de nossos cérebros, eles iniciam então não mais uma continuidade “pura” do que faziam, mas dão continuidade ao que faziam criando mais ou menos um produto misto.
Caso você tenha feito tudo isso com calma, certinho, com certo domínio de língua estrangeira, com a participação de outros filósofos na conversação cotidiana de sua formação (seus professores), você vai então começar a ser criativo em filosofia. Caso tenha sido bem alfabetizado, vai sentar na frente do computador e seus dedos vão dar direção para seu cérebro. A narrativa que surgirá pode ser interessante.
O que vai criar não será repetição, mas, com certeza, alguma coisa para intervir no mundo, equacionar e solucionar problemas, pois você estará pensando, então, com o seu próprio “sistema” filosófico. Durkheim experimentou essa vitória. Você pode fazer o mesmo.
Tudo isso exige um grau de bom senso muito grande. É necessário deixar-se invadir. Sem medo. Sem reservas. Depois, é necessário se deixar invadir por outro. É duro ser ganho por um pensador estando pensando tão confortavelmente com o primeiro. Mas, quem não tem a capacidade de enjoar, nunca fará filosofia. Será um pregador no púlpito de partidos, igrejas e fóruns (mundiais) disso e daquilo. Mas, filósofo, jamais. Filósofo é aquele que se deixou invadir por vários outros filósofos. Aquele que viveu com muitos dentro de si e se apaixonou narcisisticamente de modo estranho. O correto é poder chegar diante do espelho e dizer: “eu amo Marx e também amo Hume e também amo Epicuro! Nossa! Eu me amo, pois todos eles estão vivos usando meu cérebro”.
Essa convivência dos filósofos usando um cérebro alheio, ao longo dos anos, dá origem a um novo cérebro, ou melhor, uma nova mente. Uma nova mente implica em novo espírito. Eis que a identidade que você perdeu, reaparece. Mas só no RG ela é a mesma. Agora sim, você tem a sua identidade. Você está começando a ter cabelos brancos. Ah, mas como é bom envelhecer quando não se apostou em ser burro.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo, escritor e professor da UFRRJ
Para que estudar Filosofia?
(Hermes José Novakoski)
No primeiro dia de aula fui indagado por uma aluna: “Professor, até hoje ninguém conseguiu me explicar o que é Filosofia?” Não era surpresa. Respondi que a resposta que ela estava buscando estava dentro dela mesma e em nenhum outro lugar. “Mas como assim?” Voltou a indagar.
Observando outras aulas, como de física por exemplo, a professora falava da importância em estudar aquele determinado conteúdo que certamente seria conteúdo de prova de vestibular. Percebi certo interesse e atenção dos alunos, que estavam sendo provocados pelo desejo de passar no vestibular.
Em meio a tudo isso, surgiu o questionamento que certamente está presente constantemente nos alunos de Ensino Médio: “Para que estudar Filosofia se não cai no vestibular?” Eles tem razão. Filosofia não cai no vestibular assim como a matemática, o português, a história, a geografia e outras disciplinas.
Vamos avançando na reflexão. Será que Filosofia não aparece no vestibular? Por que então estudar essa disciplina?
Na interpretação da questão de física, na produção da redação, na interpretação do texto de português, na equação matemática, sempre há um toque de Filosofia.
Aquele que não consegue seguir o raciocínio lógico da matemática, por exemplo, não teve uma boa aula de Filosofia.
Filosofia não se estuda com descobertas cientificas, frases, respostas prontas. A Filosofia não se limita às verdades ligadas as condições humanas, ou a ciência, que por sua vez possuem limitações.
A sua preocupação está voltada há uma verdade maior, uma verdade que transcende os limites da razão humana, à qual somos instigados a buscar constantemente. Essa busca e essa verdade não são finitas, por isso enquanto o homem existir, e isso penso ser maravilhoso, ele vai estar sempre em busca dessa verdade maior.
A nossa vida não se limita ao 2+2=4, pois a verdade, o bem, o belo, não podem ser entendidos e interpretados como simples equações matemáticas.
Eles exigem uma reflexão maior, convidando-nos a olharmos para nós mesmos, para o nosso intimo, onde se encontra a razão de nosso existir.
Quanto mais nos voltarmos para nós mesmos e nos remetermos ao transcendente, tanto mais teremos que caminhar. Essa caminhada é infinita vai abrindo os horizontes a medida que caminhamos.
É preciso estudar Filosofia para entendermos melhor a vida. Entender e compreender seu real e imenso valor que possui em si.
Sem Filosofia nossa vida, seria limitada a simples cálculos, o que nos tornaria calculistas, frios e sem vida.
A Filosofia abre os horizontes e nos guia para uma verdade que transcende todas as verdades da ciência. A verdade de nossa existência, a força que nos move para uma busca infinita.
Parece ser difícil compreender Filosofia com tantos dizeres filosóficos e pensamentos. Porém a sua compreensão exigência essa busca.
Só entenderemos o sentido da Filosofia quando entendermos que não podemos somar ou subtrair, multiplicar nem dividir nossa verdade, o bem, o belo, o amor, a existência. Os sentimentos podem ser expressados nas mais diversas formas, mas nunca numa equação matemática, nem numa composição química ou física.
Nossas relações se tornam frias e calculistas porque na sociedade vive-se dessa maneira. Muitos dizem que pensar é coisa de quem não tem o que fazer. Porém, a reflexão ajuda a compreender as coisas da forma como nenhuma ciência ajuda a compreender.
Hoje, questões ligadas a vida, a ética, a moral, aos direitos humanos exigem muita reflexão, a qual a Filosofia ajuda, e sem a qual caímos no dogmatismo ou não compreendemos a vida na sua essência.
Aos poucos vamos percebendo melhor quanto a Filosofia faz parte da nossa vida. Muitos usam a Filosofia sem nunca terem estudado algo especificamente ligado à ela. É difícil encontrar um termo para definir Filosofia, porém, não podemos compreendê-la separada da nossa realidade, do nosso cotidiano, da nossa vida, pois ela é intrínseca a nós. Não somos nós que escolhemos a Filosofia, mas é ela quem nos escolhe.
A Filosofia nos faz refletir sobre o que é melhor para nós e para o meio em que vivemos. Diante de determinadas situações, a reflexão filosófica nos ajuda para fazermos a melhor escolha, a opção mais eficaz.
Talvez, por sermos calculistas, frios, não gostamos de Filosofia, justamente porque ela mexe com nosso interior e isso pode doer, pois nos faz refletir sobre decisões tomadas e que muitas vezes, foram feitas sem muita reflexão.
Deve haver um equilíbrio entre razão e emoção. Quando usamos só a razão nos tornamos insensíveis diante de muitas realidades, mas, só o uso da emoção também não favorece nas escolhas.
Temos preguiça de pensar. Não usamos nossa capacidade de raciocínio e por isso, em tantos casos, nos damos mal. A escola se preocupa muito com o decorar as coisas. Saber regras de cor, mas na vida é preciso refletir diante de fatos, pois não podemos aplicar à tudo as mesmas respostas. A vida não é padronizada e quem a faz assim sofre muito. Há opções a serem feitas; leis a serem cumpridas. Sem a reflexão seremos meros executores, sem sabermos o porque de todas essas coisas.
Em muitos casos somos colocados no mesmo patamar das máquinas, que funcionam com determinados comandos. A vida não é assim. Para quem não reflete, viver assim, pode parecer a melhor forma. Muitas pessoas não encontram o sentido da vida, porque não conseguem ver além da beleza externa. Se colocarmos o sentido da vida nas aparências, não demora muito e caímos na decepção, no desespero, na agonia de uma vida mal vivida, porque as aparências podem nos enganar. Se a nossa verdade, o sentido da nossa vida está embasado numa verdade interior e maior que a das aparências, seremos mais felizes e encontraremos a razão do nosso existir.
Existem inúmeros exemplos a esse respeito. Numa relação de Amizade, por exemplo. Se não há um conhecimento maior de ambas as partes, esse sentimento morre logo. Quando nos conhecemos melhor interiormente e conhecemos também o outro, as dificuldades e dúvidas que aparecerão serão superadas e entendidas com maior facilidade, pois sabemos que em cada pessoa há um bem maior e que pode, deve e precisa ser conhecido. Uma amizade que fica só nas aparências é como uma casa construída sobre a areia. Na primeira tempestade, na primeira ventania desmorono. Cai por terra. Uma amizade alicerçada na verdade, no conhecimento interior do outro e de si, as tempestades vindouras não terão forças suficientes para destruir. O que permanece é aquilo que está alicerçado na razão e no coração ao mesmo tempo. O restante é passageiro e ilusório.
As grandes amizades são aquelas que foram estruturadas pela verdade e conhecimento um do outro sem medos e reservas. Elas resistem e permanecem porque seu alicerce é mais firme e melhor construído. A Filosofia permite um maior conhecimento da pessoa do outro e da minha. Sabendo e conhecendo minhas limitações saberei compreender as limitações do outro. Saberei que todos somos caminhantes e estamos na busca da verdade transcendental e que nunca tem um fim. Ninguém pode dizer: Chega! Basta! Sei tudo o que preciso! Pessoas ignorantes talvez pensam assim. Pensar assim é igual a morrer. Por que continuar vivendo se sei tudo?
Enquanto vivemos somos impulsionados à busca da verdade e isso nos da forças e incentivos para continuarmos vivendo, sendo sedentos e desejosos da vida. Por que esta não se limita a nenhuma ciência, mas encontra sua razão de ser na Filosofia.
Agora pergunto se consegui responder a pergunta levantada pela jovem na sala de aula. Se você, que está lendo este artigo já fez uma experiência profunda da vida, penso que vai entender. Se você ainda não fez, sinta-se convidado a fazer essa experiência que é única e maravilhosa.
A Filosofia acontece no dia-a-dia da nossa vida, basta nos darmos conta disso. Filosofia é refletir sobre as coisas que acontecem, são ditas e ouvidas. Não se limita apenas à perguntarmos POR QUE?, mas precisamos ir mais adiante. Precisamos nos perguntar do nível de verdade daquilo que a TV apresenta. Aquilo que muitas revistas trazem em suas páginas. Não podemos nos esquecer que eles tem seu ponto de vista e seus interesses, mas estes não deveriam ocultar a verdade. A interpretação de uma notícia, seu posicionamento crítico e argumentação, é uma forma de fazer Filosofia. Aceitar tal e qual tudo o que jornais, TV e revistas nos apresentam é uma forma de ignorância. Precisamos ter cuidado. Isso não que dizer que todos e em todas as ocasiões mentem, ou faltam com a verdade. Porém, sempre, sem exceção precisamos nos perguntar pela verdade dos fatos.
Quantas vezes os repórteres são induzidos a manipularem notícias sobre determinados acontecimentos e assuntos. Sempre que possível seria importante ler ou assistir mais de um jornal e depois fazer um paralelo entre eles. Isso exige tempo e vontade. Podemos discutir com outras pessoas para ouvir seu ponto de vista que ajuda-nos a abrir nossos horizontes. Quanto mais nos fechamos em nós mesmos, em nosso mundo individual, mais ignorantes nos tornamos. A abertura, a experiência, o dialogo, a leitura, nos tornam pessoas abertas e conhecedoras da verdade. Buscar sempre a verdade dos acontecimentos, dos fatos é uma atitude filosófica.
Se pararmos e pensarmos neste momento o quanto refletimos sobre tudo o que acontece, ouvimos e vemos, nos daremos conta que nem sempre fazemos isso e não fazemos porque simplesmente não queremos, pois todos nós podemos e sabemos.
Se refletíssemos, por exemplo, o nível de verdade que mostra a novela, não sei se ligaríamos ainda a TV para nossos filhos e para nós assistirmos. Sem nenhum desprezo e sem querer desrespeitar quem gosta e assiste sempre, acredito que as novelas são uma forma de manipulação as pessoas. Mas é clero que assistir de vez em quando e com uma visão critica não faz mal. Às vezes vejo justamente para depois comentar e usar como exemplo o alto nível de baixaria de muitas novelas e de muitos programas de TV. Para isso, não podemos deixar de fazer lembrança da necessidade de uma boa educação. Nossas escolas precisam repensar o nível de qualidade daquilo que se ensina e a forma como se ensina. Pessoas esclarecidas sabem criticar e dosar as coisas, estando na busca da verdade e do bom senso.
Precisamos nos perguntar qual o nível de conhecimento que uma pessoa tem dos acontecimentos históricos quando escreve novela, filme, minissérie. Será que aquilo é a verdade? Será que é a melhor forma de ver o acontecimento?
Estes e outros inúmeros fatos fazem parte do nosso cotidiano.
Viu como não é difícil compreender e praticar Filosofia? Mente aberta à reflexão de tudo o que acontece e vemos é um jeito, não único, de fazer Filosofia.
Para que estudar filosofia, afinal?
Muitas vezes a pergunta sobre o objetivo da filosofia já foi feita e respondida. Algumas respostas são boas: é o caso da resposta de Paulo Ghiraldelli Jr., que afirma que a filosofia tem o objetivo de desbanalizar o banal – o que quer dizer que a tarefa da filosofia é mostrar que tudo que achamos muito simples e evidente no mundo é, na verdade, muito surpreendente, e que nossa apatia diante da existência não é mais que um estado de infeliz sonolência da qual a atividade filosófica nos desperta.
Outras respostas são idiotas: é o caso de quem afirma que a filosofia tem valor por si mesma, que é uma atividade sem finalidade imediata, e que é a única disciplina que prescinde de justificação. Esse tipo de resposta à pergunta sobre o objetivo da filosofia é má porque quem afirma isso não sabe o que é filosofia, mas finge saber. E se é um professor quem diz que a filosofia reserva-se o direito de não ter objetivo, tanto pior, pois só demonstra que, além de não saber os fundamentos do que leciona, dedica sua vida a uma atividade que acredita não ter sentido. Um sujeito que trabalha numa profissão em que não vê sentido é um idiota.
Para responder à pergunta do título, é necessário compreender, em primeiro lugar, que a filosofia tem um objetivo. O objetivo mais imediato da filosofia é o mesmo objetivo último de todas as ciências teóricas: ordenar o conjunto de percepções subjetivas e intersubjetivas a respeito da realidade.
Adoto aqui a palavra “ciência” no sentido mais lato. Assim, a filosofia é uma ciência, assim como a física, a sociologia, a psicologia e até a astrologia. Note que utilizo o objetivo das ciências teóricas como componente da sua definição: todas as ciências teóricas têm o objetivo de ordenar a realidade.
A filosofia também. O que os filósofos fizeram e fazem é tentar, cada um a seu modo, ordenar a realidade. (Por isso, a partir do significado da palavra κόσμος , “Cosmos”, que significa “ordem”, toda filosofia, assim como toda ciência teórica, é uma cosmologia). Os filósofos procuram uma ordenação da realidade adequada aos conceitos que possuem; se os conceitos, especialmente os conceitos a priori, são dinâmicos e mudam de lugar para lugar, de língua para língua, de geração para geração, então é óbvio que os filósofos sempre estão procurando por uma nova organização conceitual que signifique uma ordenação mais coerente e mais plausível.
Para buscar essa ordenação, os filósofos sempre partem da configuração conceitual dos filósofos anteriores, desde Sócrates, Platão e Aristóteles até os filósofos do século XXI. Por isso, a linhagem da filosofia é ininterrupta desde seu início, e podemos dizer que os filósofos de hoje são, de fato, herdeiros intelectuais do trabalho de Sócrates; os filósofos estudam a história da filosofia justamente para que, por meio da conexão com os filósofos do passado, não encontrem soluções que já foram descobertas e rejeitadas sobre os problemas que abordam. Os filósofos reconhecem claramente que o tipo de problema com o qual lidam é o mesmo desde que Sócrates discutia com seus concidadãos no século V a.C. O tipo de problema que a filosofia tenta responder é sempre conceitual.
Nisso, a filosofia se diferencia das outras ciências teóricas. A física não investiga conceitos, mas fenômenos, assim como a sociologia investiga fatos ou interações sociais, a psicologia investiga a psique humana, e a astrologia investiga as relações geométricas de uma configuração de um mapa astral. Nenhuma outra ciência investiga os conceitos.
Estudar filosofia, então, tem uma finalidade clara: alguém estuda filosofia para compreender melhor os conceitos que usa para que, finalmente, possa colocar o mundo em ordem. “Colocar o mundo em ordem” pode ser interpretado em mais de um sentido: você pode decidir que “colocar o mundo em ordem” significa agir politicamente; pode, por outro lado, decidir que “colocar o mundo em ordem” significa organizar seu mundo subjetivo, seus pensamentos, suas emoções; pode, ainda, decidir que significa compreender como e por que você pensa como pensa, sente como sente…
De qualquer modo, antes de você pensar que basta ler um livro de filosofia para conseguir colocar o mundo em ordem por meio do estudo dos conceitos, saiba que a filosofia não é uma atividade do tipo pague-leve, satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. Para começar a fazer filosofia, para fazer filosofia com uma mínima competência, é necessário muito estudo. Anos de estudo. A vantagem é que você não tem que fazer uma faculdade, um curso, nem entrar em nenhuma seita religiosa ou gastar rios de dinheiro com terapia: você só depende de si mesmo, de seu tempo, de seu esforço e, talvez, da boa vontade de um professor que possa lhe ajudar.
Os americanos sempre insistiram nisso: o aprendizado efetivo ocorre se aprendemos a mudar comportamentos, se damos mostras, operacionalmente, que mudamos comportamentos. Comportamentos, como os americanos diziam e ainda dizem, não é só comportamentos corporais de deslocamento no espaço, mas comportamentos mentais. Mudar comportamentos mentais como? Ora, deixando alguém que não sou eu pensar dentro da minha cabeça e, assim, manobrar todos meus estados mentais de modo que eu possa, em determinado momento, achar que estou até perdendo a identidade. No limite, o estudo não é a saída de uma “alienação” e, sim, a entrada nela. Estudar é alienar-se de si mesmo. Estudar é se perder. Perder para ganhar.
Mas é só isso? Não! É preciso, também, enjoar. Sim! Em um determinado momento é preciso dizer: “esse meu cérebro não está bom mais para olhar o mundo. Preciso experimentar outro pensador dentro do meu cérebro”. Aí, começa-se ler outro grande autor. Depois outro e mais outro. Mas, sempre no mesmo espírito: ler para trazer o pensador morto para a vida, emprestando seu cérebro a ele. Não se faz isso, é claro, sem amor – amor construído. Por isso, é tolo aquele que quer estudar um filósofo e, sem antes deixá-lo invadir seu cérebro, acha que já não se gosta dele. O amor à primeira vista é para a namorada ou namorado (e em alguns casos), não serve em filosofia. Amor à primeira vista, na filosofia, é tão idiota quanto amor à última vista.
Quando emprestamos nosso cérebro para uma meia dúzia de grandes pensadores, então, começamos a experimentar, após uns anos, um estranho acontecimento. Nosso cérebro começa a pensar sem o nosso comando, sem qualquer decisão nossa – e por caminhos inesperados! Os pensadores lá dentro começam a, por eles mesmos, darem continuidade às teorias que elaboraram em vida. Mas, como estão misturados, sempre conversando nos botecos das esquinas de sinapses, após anos de convívio dentro de nossos cérebros, eles iniciam então não mais uma continuidade “pura” do que faziam, mas dão continuidade ao que faziam criando mais ou menos um produto misto.
Caso você tenha feito tudo isso com calma, certinho, com certo domínio de língua estrangeira, com a participação de outros filósofos na conversação cotidiana de sua formação (seus professores), você vai então começar a ser criativo em filosofia. Caso tenha sido bem alfabetizado, vai sentar na frente do computador e seus dedos vão dar direção para seu cérebro. A narrativa que surgirá pode ser interessante.
O que vai criar não será repetição, mas, com certeza, alguma coisa para intervir no mundo, equacionar e solucionar problemas, pois você estará pensando, então, com o seu próprio “sistema” filosófico. Durkheim experimentou essa vitória. Você pode fazer o mesmo.
Tudo isso exige um grau de bom senso muito grande. É necessário deixar-se invadir. Sem medo. Sem reservas. Depois, é necessário se deixar invadir por outro. É duro ser ganho por um pensador estando pensando tão confortavelmente com o primeiro. Mas, quem não tem a capacidade de enjoar, nunca fará filosofia. Será um pregador no púlpito de partidos, igrejas e fóruns (mundiais) disso e daquilo. Mas, filósofo, jamais. Filósofo é aquele que se deixou invadir por vários outros filósofos. Aquele que viveu com muitos dentro de si e se apaixonou narcisisticamente de modo estranho. O correto é poder chegar diante do espelho e dizer: “eu amo Marx e também amo Hume e também amo Epicuro! Nossa! Eu me amo, pois todos eles estão vivos usando meu cérebro”.
Essa convivência dos filósofos usando um cérebro alheio, ao longo dos anos, dá origem a um novo cérebro, ou melhor, uma nova mente. Uma nova mente implica em novo espírito. Eis que a identidade que você perdeu, reaparece. Mas só no RG ela é a mesma. Agora sim, você tem a sua identidade. Você está começando a ter cabelos brancos. Ah, mas como é bom envelhecer quando não se apostou em ser burro.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo, escritor e professor da UFRRJ
Para que estudar Filosofia?
(Hermes José Novakoski)
No primeiro dia de aula fui indagado por uma aluna: “Professor, até hoje ninguém conseguiu me explicar o que é Filosofia?” Não era surpresa. Respondi que a resposta que ela estava buscando estava dentro dela mesma e em nenhum outro lugar. “Mas como assim?” Voltou a indagar.
Observando outras aulas, como de física por exemplo, a professora falava da importância em estudar aquele determinado conteúdo que certamente seria conteúdo de prova de vestibular. Percebi certo interesse e atenção dos alunos, que estavam sendo provocados pelo desejo de passar no vestibular.
Em meio a tudo isso, surgiu o questionamento que certamente está presente constantemente nos alunos de Ensino Médio: “Para que estudar Filosofia se não cai no vestibular?” Eles tem razão. Filosofia não cai no vestibular assim como a matemática, o português, a história, a geografia e outras disciplinas.
Vamos avançando na reflexão. Será que Filosofia não aparece no vestibular? Por que então estudar essa disciplina?
Na interpretação da questão de física, na produção da redação, na interpretação do texto de português, na equação matemática, sempre há um toque de Filosofia.
Aquele que não consegue seguir o raciocínio lógico da matemática, por exemplo, não teve uma boa aula de Filosofia.
Filosofia não se estuda com descobertas cientificas, frases, respostas prontas. A Filosofia não se limita às verdades ligadas as condições humanas, ou a ciência, que por sua vez possuem limitações.
A sua preocupação está voltada há uma verdade maior, uma verdade que transcende os limites da razão humana, à qual somos instigados a buscar constantemente. Essa busca e essa verdade não são finitas, por isso enquanto o homem existir, e isso penso ser maravilhoso, ele vai estar sempre em busca dessa verdade maior.
A nossa vida não se limita ao 2+2=4, pois a verdade, o bem, o belo, não podem ser entendidos e interpretados como simples equações matemáticas.
Eles exigem uma reflexão maior, convidando-nos a olharmos para nós mesmos, para o nosso intimo, onde se encontra a razão de nosso existir.
Quanto mais nos voltarmos para nós mesmos e nos remetermos ao transcendente, tanto mais teremos que caminhar. Essa caminhada é infinita vai abrindo os horizontes a medida que caminhamos.
É preciso estudar Filosofia para entendermos melhor a vida. Entender e compreender seu real e imenso valor que possui em si.
Sem Filosofia nossa vida, seria limitada a simples cálculos, o que nos tornaria calculistas, frios e sem vida.
A Filosofia abre os horizontes e nos guia para uma verdade que transcende todas as verdades da ciência. A verdade de nossa existência, a força que nos move para uma busca infinita.
Parece ser difícil compreender Filosofia com tantos dizeres filosóficos e pensamentos. Porém a sua compreensão exigência essa busca.
Só entenderemos o sentido da Filosofia quando entendermos que não podemos somar ou subtrair, multiplicar nem dividir nossa verdade, o bem, o belo, o amor, a existência. Os sentimentos podem ser expressados nas mais diversas formas, mas nunca numa equação matemática, nem numa composição química ou física.
Nossas relações se tornam frias e calculistas porque na sociedade vive-se dessa maneira. Muitos dizem que pensar é coisa de quem não tem o que fazer. Porém, a reflexão ajuda a compreender as coisas da forma como nenhuma ciência ajuda a compreender.
Hoje, questões ligadas a vida, a ética, a moral, aos direitos humanos exigem muita reflexão, a qual a Filosofia ajuda, e sem a qual caímos no dogmatismo ou não compreendemos a vida na sua essência.
Aos poucos vamos percebendo melhor quanto a Filosofia faz parte da nossa vida. Muitos usam a Filosofia sem nunca terem estudado algo especificamente ligado à ela. É difícil encontrar um termo para definir Filosofia, porém, não podemos compreendê-la separada da nossa realidade, do nosso cotidiano, da nossa vida, pois ela é intrínseca a nós. Não somos nós que escolhemos a Filosofia, mas é ela quem nos escolhe.
A Filosofia nos faz refletir sobre o que é melhor para nós e para o meio em que vivemos. Diante de determinadas situações, a reflexão filosófica nos ajuda para fazermos a melhor escolha, a opção mais eficaz.
Talvez, por sermos calculistas, frios, não gostamos de Filosofia, justamente porque ela mexe com nosso interior e isso pode doer, pois nos faz refletir sobre decisões tomadas e que muitas vezes, foram feitas sem muita reflexão.
Deve haver um equilíbrio entre razão e emoção. Quando usamos só a razão nos tornamos insensíveis diante de muitas realidades, mas, só o uso da emoção também não favorece nas escolhas.
Temos preguiça de pensar. Não usamos nossa capacidade de raciocínio e por isso, em tantos casos, nos damos mal. A escola se preocupa muito com o decorar as coisas. Saber regras de cor, mas na vida é preciso refletir diante de fatos, pois não podemos aplicar à tudo as mesmas respostas. A vida não é padronizada e quem a faz assim sofre muito. Há opções a serem feitas; leis a serem cumpridas. Sem a reflexão seremos meros executores, sem sabermos o porque de todas essas coisas.
Em muitos casos somos colocados no mesmo patamar das máquinas, que funcionam com determinados comandos. A vida não é assim. Para quem não reflete, viver assim, pode parecer a melhor forma. Muitas pessoas não encontram o sentido da vida, porque não conseguem ver além da beleza externa. Se colocarmos o sentido da vida nas aparências, não demora muito e caímos na decepção, no desespero, na agonia de uma vida mal vivida, porque as aparências podem nos enganar. Se a nossa verdade, o sentido da nossa vida está embasado numa verdade interior e maior que a das aparências, seremos mais felizes e encontraremos a razão do nosso existir.
Existem inúmeros exemplos a esse respeito. Numa relação de Amizade, por exemplo. Se não há um conhecimento maior de ambas as partes, esse sentimento morre logo. Quando nos conhecemos melhor interiormente e conhecemos também o outro, as dificuldades e dúvidas que aparecerão serão superadas e entendidas com maior facilidade, pois sabemos que em cada pessoa há um bem maior e que pode, deve e precisa ser conhecido. Uma amizade que fica só nas aparências é como uma casa construída sobre a areia. Na primeira tempestade, na primeira ventania desmorono. Cai por terra. Uma amizade alicerçada na verdade, no conhecimento interior do outro e de si, as tempestades vindouras não terão forças suficientes para destruir. O que permanece é aquilo que está alicerçado na razão e no coração ao mesmo tempo. O restante é passageiro e ilusório.
As grandes amizades são aquelas que foram estruturadas pela verdade e conhecimento um do outro sem medos e reservas. Elas resistem e permanecem porque seu alicerce é mais firme e melhor construído. A Filosofia permite um maior conhecimento da pessoa do outro e da minha. Sabendo e conhecendo minhas limitações saberei compreender as limitações do outro. Saberei que todos somos caminhantes e estamos na busca da verdade transcendental e que nunca tem um fim. Ninguém pode dizer: Chega! Basta! Sei tudo o que preciso! Pessoas ignorantes talvez pensam assim. Pensar assim é igual a morrer. Por que continuar vivendo se sei tudo?
Enquanto vivemos somos impulsionados à busca da verdade e isso nos da forças e incentivos para continuarmos vivendo, sendo sedentos e desejosos da vida. Por que esta não se limita a nenhuma ciência, mas encontra sua razão de ser na Filosofia.
Agora pergunto se consegui responder a pergunta levantada pela jovem na sala de aula. Se você, que está lendo este artigo já fez uma experiência profunda da vida, penso que vai entender. Se você ainda não fez, sinta-se convidado a fazer essa experiência que é única e maravilhosa.
A Filosofia acontece no dia-a-dia da nossa vida, basta nos darmos conta disso. Filosofia é refletir sobre as coisas que acontecem, são ditas e ouvidas. Não se limita apenas à perguntarmos POR QUE?, mas precisamos ir mais adiante. Precisamos nos perguntar do nível de verdade daquilo que a TV apresenta. Aquilo que muitas revistas trazem em suas páginas. Não podemos nos esquecer que eles tem seu ponto de vista e seus interesses, mas estes não deveriam ocultar a verdade. A interpretação de uma notícia, seu posicionamento crítico e argumentação, é uma forma de fazer Filosofia. Aceitar tal e qual tudo o que jornais, TV e revistas nos apresentam é uma forma de ignorância. Precisamos ter cuidado. Isso não que dizer que todos e em todas as ocasiões mentem, ou faltam com a verdade. Porém, sempre, sem exceção precisamos nos perguntar pela verdade dos fatos.
Quantas vezes os repórteres são induzidos a manipularem notícias sobre determinados acontecimentos e assuntos. Sempre que possível seria importante ler ou assistir mais de um jornal e depois fazer um paralelo entre eles. Isso exige tempo e vontade. Podemos discutir com outras pessoas para ouvir seu ponto de vista que ajuda-nos a abrir nossos horizontes. Quanto mais nos fechamos em nós mesmos, em nosso mundo individual, mais ignorantes nos tornamos. A abertura, a experiência, o dialogo, a leitura, nos tornam pessoas abertas e conhecedoras da verdade. Buscar sempre a verdade dos acontecimentos, dos fatos é uma atitude filosófica.
Se pararmos e pensarmos neste momento o quanto refletimos sobre tudo o que acontece, ouvimos e vemos, nos daremos conta que nem sempre fazemos isso e não fazemos porque simplesmente não queremos, pois todos nós podemos e sabemos.
Se refletíssemos, por exemplo, o nível de verdade que mostra a novela, não sei se ligaríamos ainda a TV para nossos filhos e para nós assistirmos. Sem nenhum desprezo e sem querer desrespeitar quem gosta e assiste sempre, acredito que as novelas são uma forma de manipulação as pessoas. Mas é clero que assistir de vez em quando e com uma visão critica não faz mal. Às vezes vejo justamente para depois comentar e usar como exemplo o alto nível de baixaria de muitas novelas e de muitos programas de TV. Para isso, não podemos deixar de fazer lembrança da necessidade de uma boa educação. Nossas escolas precisam repensar o nível de qualidade daquilo que se ensina e a forma como se ensina. Pessoas esclarecidas sabem criticar e dosar as coisas, estando na busca da verdade e do bom senso.
Precisamos nos perguntar qual o nível de conhecimento que uma pessoa tem dos acontecimentos históricos quando escreve novela, filme, minissérie. Será que aquilo é a verdade? Será que é a melhor forma de ver o acontecimento?
Estes e outros inúmeros fatos fazem parte do nosso cotidiano.
Viu como não é difícil compreender e praticar Filosofia? Mente aberta à reflexão de tudo o que acontece e vemos é um jeito, não único, de fazer Filosofia.
Para que estudar filosofia, afinal?
Muitas vezes a pergunta sobre o objetivo da filosofia já foi feita e respondida. Algumas respostas são boas: é o caso da resposta de Paulo Ghiraldelli Jr., que afirma que a filosofia tem o objetivo de desbanalizar o banal – o que quer dizer que a tarefa da filosofia é mostrar que tudo que achamos muito simples e evidente no mundo é, na verdade, muito surpreendente, e que nossa apatia diante da existência não é mais que um estado de infeliz sonolência da qual a atividade filosófica nos desperta.
Outras respostas são idiotas: é o caso de quem afirma que a filosofia tem valor por si mesma, que é uma atividade sem finalidade imediata, e que é a única disciplina que prescinde de justificação. Esse tipo de resposta à pergunta sobre o objetivo da filosofia é má porque quem afirma isso não sabe o que é filosofia, mas finge saber. E se é um professor quem diz que a filosofia reserva-se o direito de não ter objetivo, tanto pior, pois só demonstra que, além de não saber os fundamentos do que leciona, dedica sua vida a uma atividade que acredita não ter sentido. Um sujeito que trabalha numa profissão em que não vê sentido é um idiota.
Para responder à pergunta do título, é necessário compreender, em primeiro lugar, que a filosofia tem um objetivo. O objetivo mais imediato da filosofia é o mesmo objetivo último de todas as ciências teóricas: ordenar o conjunto de percepções subjetivas e intersubjetivas a respeito da realidade.
Adoto aqui a palavra “ciência” no sentido mais lato. Assim, a filosofia é uma ciência, assim como a física, a sociologia, a psicologia e até a astrologia. Note que utilizo o objetivo das ciências teóricas como componente da sua definição: todas as ciências teóricas têm o objetivo de ordenar a realidade.
A filosofia também. O que os filósofos fizeram e fazem é tentar, cada um a seu modo, ordenar a realidade. (Por isso, a partir do significado da palavra κόσμος , “Cosmos”, que significa “ordem”, toda filosofia, assim como toda ciência teórica, é uma cosmologia). Os filósofos procuram uma ordenação da realidade adequada aos conceitos que possuem; se os conceitos, especialmente os conceitos a priori, são dinâmicos e mudam de lugar para lugar, de língua para língua, de geração para geração, então é óbvio que os filósofos sempre estão procurando por uma nova organização conceitual que signifique uma ordenação mais coerente e mais plausível.
Para buscar essa ordenação, os filósofos sempre partem da configuração conceitual dos filósofos anteriores, desde Sócrates, Platão e Aristóteles até os filósofos do século XXI. Por isso, a linhagem da filosofia é ininterrupta desde seu início, e podemos dizer que os filósofos de hoje são, de fato, herdeiros intelectuais do trabalho de Sócrates; os filósofos estudam a história da filosofia justamente para que, por meio da conexão com os filósofos do passado, não encontrem soluções que já foram descobertas e rejeitadas sobre os problemas que abordam. Os filósofos reconhecem claramente que o tipo de problema com o qual lidam é o mesmo desde que Sócrates discutia com seus concidadãos no século V a.C. O tipo de problema que a filosofia tenta responder é sempre conceitual.
Nisso, a filosofia se diferencia das outras ciências teóricas. A física não investiga conceitos, mas fenômenos, assim como a sociologia investiga fatos ou interações sociais, a psicologia investiga a psique humana, e a astrologia investiga as relações geométricas de uma configuração de um mapa astral. Nenhuma outra ciência investiga os conceitos.
Estudar filosofia, então, tem uma finalidade clara: alguém estuda filosofia para compreender melhor os conceitos que usa para que, finalmente, possa colocar o mundo em ordem. “Colocar o mundo em ordem” pode ser interpretado em mais de um sentido: você pode decidir que “colocar o mundo em ordem” significa agir politicamente; pode, por outro lado, decidir que “colocar o mundo em ordem” significa organizar seu mundo subjetivo, seus pensamentos, suas emoções; pode, ainda, decidir que significa compreender como e por que você pensa como pensa, sente como sente…
De qualquer modo, antes de você pensar que basta ler um livro de filosofia para conseguir colocar o mundo em ordem por meio do estudo dos conceitos, saiba que a filosofia não é uma atividade do tipo pague-leve, satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. Para começar a fazer filosofia, para fazer filosofia com uma mínima competência, é necessário muito estudo. Anos de estudo. A vantagem é que você não tem que fazer uma faculdade, um curso, nem entrar em nenhuma seita religiosa ou gastar rios de dinheiro com terapia: você só depende de si mesmo, de seu tempo, de seu esforço e, talvez, da boa vontade de um professor que possa lhe ajudar.
fonte: (Hermes José Novakoski)
Relacionaremos abaixo uma lista de grandes filósofos e pensadores da humanidade. Me envie um e-mail com novos nomes com a biografia no caso que identifique algum que não foi publicado no nosso Site.
Abelardo, Pedro - (1079 - 1142)
Adorno, Theodor Wiesegrund ( 1903 - 1969)
Agostinho da Silva
Agrippa ab Nettesheym, Henricus Cornelius (1486- 1534 ou 1535)
Albert, Hans (1921 - )
Althusser, Louis - (1918 - 1990)
Anáxagoras (499 - 428 a.C.)
Anaximandro (610 - 547 a.C.)
Anaxímenes (588- 524 a.C.)
Antístenes (444 - 465 a.C.)
Anthony Giddens - Sociólogo Inglês
Arendt, Hannah (1906-1975)
Aristóteles (384 - 322 a.C.)
Arquimedes (287-212)
Arquitas de Taranto - (Entre os séculos V e IV a.C.)
Austin, John Langshaw - (1911 - 1960)
Averróis - (1126 - 1198)
Bacharelard, Gaston - (1884 - 1962)
Bacon, Francis - (1561 - 1626)
Bacon, Roger (1214 - 1292)
Bakunin, Mikhail Alexandrovich (1814 - 1876)
Barthes, Roland - (1915 - 1980)
Baudrillard, Jean - (1929- )
Bayle, Pierre - (1647 - 1706)
Beauvoir, Simode de - (1908- 1986)
Becker, Oscar - (1889 - 1964)
Benjamin, Walter - (1892 - 1940)
Bergson, Henri - (1859 - 1941)
Berkeley, George - (1685 - 1753)
Biran, Maine de - (1766 - 1824)
Boaventura, Simão - (1221 - 1274)
Bochenski, Joseph Maria - (1902- 1995)
Boécio - (480-524)
Boehme, Jakob - (1575 - 1624)
Bolzano, Bernhard - (1781 - 1848)
Bourdieu, Pierre (1930) Sociólogo francês
Bruni, Giordano - (1548 - 1600)
Buber, Martin - (1878- 1965)
Bunge, Mario - (1919- )
Burke, Edmund - (1729 - 1797)
Cairns, William - (1780 - 1848)
Campanella, Tommaso - (1568 - 1639)
Camus, Albert - (1913 - 1960)
Carnap, Rudolf - (1891 - 1970)
Cassirer, Ernst - (1874- 1945)
Chaui, Mailena (1941 - )
Chomsky, Noam - (1928- )
Cícero (106-43 a.C.)
Cioran, Emile Michel - (1911- 1995)
Comte, Augusto - (1798 - 1857)
Condillac - (1715- 1780)
Condorcet - (1743 -1794)
Confúcio - (551 - 479)
Copérnico
Crisipo - (c.280 - 205 a.C.)
D' Alembet, Jean - (1717 - 1783)
Dante Alighieri - (1265 - 1321)
Darwin, Charles - (180
Deleuze, Gilles - (1925 - 1995)
Demócrito (c. 460 - c.370 a.C.)
Dennet, Daniel - (1942 - )
Derrida, Jacques - (1930 - )
Descartes, René - (1596- 1650)
Dewey, John - (1859 - 1952)
Diderot, Denis - (1713 - 1784)
Dilthey, Wilhelm - (1833 - 1911)
Diógenes - (c.400 - c.325 a.C.)
Duns Scott, João - (c.1265 - 1308)
Durkheim, Emile - (1858 - 1917)
Einstein, Albert - (1879 - 1955)
Engels, Friedrich - (1820 - 1895)
Epicteto (50 - 125 ou 1930)
Epicuro - (341 - 270 a.C.)
Erasmo, Desidério - (c.1467 - 1536)
Euclides - (c.450 - c.380 a.C.)
Feuerbach, Ludwig - (1804 - 1872)
Fichte, Johan Gottlieb - (1762 - 1814)
Foucault, Michel - (1926 - 1984)
Fourier, Charles - (1772 - 1837)
Fraassen, Bas C. van - (1941- )
Frege, Gottlob - (1848 - 1925)
Freud, Sigmund - (1856- 1939)
Gadamer, Hans-Georg - (1900 - )
Galilei, Galileo - (1564 - 1642)
Gary Becker - Economista Americano
Gassendi, Pierre - (1592 - 1655)
Girard, René - (1923- )
Gödel, Kurt - (1906 - 1978)
Goethe, Johann Wolfgang von - (1749 - 1832)
Gramsci, Antonio - (1891 - 1937)
Habermas, Jürgen - (1929 - )
Hayek, Friedrich August Von - (1889 - 1992)
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich - (1770 - 1831)
Heidegger, Martin - (1889 - 1976)
Heráclito de Éfeso, dito o Obscuro - (séc. VI- V a.C.)
Hipócatres
Hobbes, Thomas - (1588 - 1679)
Holenstein, Elmar - (1939 - )
Horkheimer, Max - (1895 - 1973)
Humboldt, Wilhelm - (1967 - 1835)
Hume, David (1711 - 1776)
Husserl, Edmund - (1859 - 1938)
Hypatie - (370 - 415 )
Jakobson, Roman - (1896 - 1982)
James, William - (1842 - 1910)
Jaspers, Karl - (1883 - 1969)
Johannes Eckhart, dito Mestre - (1260 - 1327)
Jonas, Hans - (1903 - 1993)
Joyce, James - (1882 - 1941)
Jung, Carl Gustav - (1875 - 1961)
Kafka, Franz - (1883 - 1924)
Kant, Immanuel (1724 - 1804)
Kepler - (1571 - 1630)
Kierkegaard, Soren Aabye - (1813 - 1855)
Koninck, Charles de - (1906 - 1965)
Kripke, Saul Aaron (1940 - )
Kristeva, Julia (1941 - )
La Mettrie, Julien Offroy de (1709 - 1751)
Leibniz, Gottfried Wilhelm - (1646 - 1716)
Lenin - Vladimir Ilitch Ulianov (1870 - 1924)
Lévinas, Emmanuel (1905 - )
Levy-Bruhl, - Lucien (1857 - 1939)
Locke, John (1632 - 1704)
Lowith, Karl - (1897 - 1973)
Lucrécio - ( 98 - 55 a.C.)
Luxemburgo, Rosa - (1871 - 1919 a.C.)
Lyotard, Jean Franços - (1924- )
Max Weber - Sociólogo Alemão
Maimônides, Moisés - (1135 - 1204)
Malraux, André - (1901 - 1976) – Literatura
Mao- Tsé -Tung - (1893 - 1976)
Maquiavel, Niccolò - (1469 - 1527 dC)
Marco Aurélio - (121 -180)
Marx, Karl - (1818- 1883)
Maupertius - (1698 - 1759)
Mendel - (1823 - 1884)
Merleau - Ponty, Maurice - (1908 - 1961)
Mill, John Stuart - (1806 - 1873)
Montaigne, Michel de - (1533 - 1592)
Montesquieu, barão de LaBrède - (1689 - 1755)
Moore, George (1852 - 1933)
More, Thomas - (1478 - 1535)
Nagel, Ernest - (1901 - 1985)
Nietzsche, Friedrich - (1844 - 1900)
Novalis (Friedrich von Hardenberg) - (1772 - 1801)
Noam Chomsky - Lingüsta Americano
Ortega y Gasset
Occam, Guilherme de - (+-1300 - 1350)
Otto, Rudolf - (1869 - 1937)
Paracelso - (1574 - 1637)
Parmêmides - (+- 515 - +-450 a.C.)
Pascal, Blaise - (1623 - 1662)
Peirce, Charles Sanders - (1839 - 1914)
Péricles - (493 - 429 a.C.)
Petrarca - (1304 - 1374)
Piaget, Jean - (1896 - 1980) –Educador
Pitágoras - (571-70 - 497-96 a.C.)
Platão - (428- 348 a.C.)
Plotino - (205 - 270)
Popper, Karl - (1902 - 1994)
Proudhon, Pierre Joseph - (1809 - 1865)
Ptolomeu - (100 - 170)
Putnam, Hilary - (1926 - )
Quine, Willard van Orman - (1908 - 2000)
Rawls, John - (1921 - )
Reinach, Adolf - (1883 - 1917)
Ricouer, Paul - (1913 - )
Richard Posner - Jurista Americano
Rilke, Reinier Maria - (1875 - 1926)
Romero, Silvio - (1851 - 1914)
Rousseau, Jean-Jacques - (1712 - 1788)
Russel, Bertrand - (1872 - 1970)
Santo Agostinho - (354 - 430)
Santo Anselmo - (1033 - 1109)
São Tomás de Aquino - (1225 - 1274)
Sartre, Jean- Paul - (1905 - 1980)
Saussurre, Ferdinand de - (1857 - 1913)
Scheller, Max - (1874 - 1928)
Schelling, Friedrich - (1775 - 1854)
Schilik, Moritz - (1882 - 1936)
Schiller, Friedrich - (1759 - 1805)
Schleiermacher, Friedrich - (1768 - 1834)
Schopenhauer, Arthur - (1788 - 1860)
Schumpter, Joseph Alois - (1883 - 1950)
Schweitzer, Albert - (1875 - 1965)
Searle, John Rogers - (1932 - )
Sêneca, Lucius Annaeus - (4 av J.C. -65)
Serres, Michel Michel (1930 - )
Smith, Adam - (1723 - 1790)
Sócrates - (469 - 399 a.C.)
Spinoza, Baruch - (1632 - 1677)
Stephen Jay Gould - Biólogo Americano
Stirner, Max - (1806 - 1856)
Tales de Mileto - (640-c- 548 a.C.)
Tanabe
Tarski, Alfred - (1902 - 1983)
Teilhard de Chardin, Pierre - (1881 - 1955)
Tertullian - (c.155 - c.222)
Thoreau, Henry - (1817 - 1862)
Tocqueville, Alexis de (1805 - 1859)
Trotsky, Leon - (1879 - 1940)
Turing, Alan - (1912 - 1954)
Vico, João Batista - (1668 - 1744)
Voltaire (François Arouet) - (1694 - 1778)
Weber, Max - (1864 - 1920)
Weil, Simone - (1909 - 1943)
Whitehead, Alfred North - (1861 - 1947)
Wittgenstein, Ludwig - (1889 - 1951)
Wollstonecraft, Mary - (1759 - 1797)
Xenofonte - (430 - 355 a.C.)
Zaratustra - (628 - 551 a.C.)
Zenão de Cício - (334- 262 a.C.)
Fonte: Escolasfilosofica
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